“Sou agricultor e gosto de viver no campo”, diz, com satisfação, Sandoval Santos, 27 anos. O jovem vive na comunidade da Serra da Bananeira, em Presidente Tancredo Neves (BA) e seus olhos brilham ao falar sobre as mudanças que ocorreram nos últimos anos. Ele conta que antes não tinha perspectivas de continuar no campo e, em 2005, a visita de representantes da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN) à sua comunidade fez toda a diferença. “Apresentaram um projeto novo na região. Aceitei o desafio e hoje posso ver que fiz a escolha certa”, diz.
A CFR-PTN oferece educação técnica integrada ao Ensino Médio e sua metodologia é baseada na Pedagogia da Alternância: o jovem passa uma semana em período integral, com aulas na sala (teóricas) e no campo (práticas), e duas na propriedade junto com suas famílias, aplicando novos conhecimentos.
Na instituição de ensino, Sandoval aprendeu sobre administração rural, cooperativismo, manejo de solos, irrigação, drenagens, além dos mais diversos cultivos e implantou dois hectares de banana e mandioca. A área de plantio da minha família era pequena e, quando terminei o curso, já havia utilizado todos os hectares disponíveis. Precisava de mais terra para plantar”, explica.
Com o Fundo de Acesso à Terra (FAT), mecanismo que visa proporcionar assistência técnica e financeira a ex-alunos da CFR-PTN, Sandoval encontrou oportunidade para se desenvolver como agricultor e cuidar de seus projetos agrícolas. “As dificuldades foram muitas e a falta de rentabilidade sempre foi um desafio, mas, plantando em áreas maiores, é viável. Tenho certeza de que posso viver do campo”, diz.
Ele é um dos sete selecionados para a primeira etapa da iniciativa criada pela própria instituição em parceria com a Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan). As instituições fazem parte do Pacto de Governança do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS), da Fundação Odebrecht. “Vimos que cada jovem tinha, em média, apenas cinco hectares para produzir e isso estava influenciando-os a sair do campo”, conta Juscelino Macedo, então Líder do Negócio Mandioca e Fruticultura.