Cerca de 300 jovens agricultores familiares capacitados em 2017. Essa é a meta do Curso de Gestão de Propriedades Rurais de Base Familiar para Adaptação às Mudanças do Clima, executado tecnicamente pela Organização de Conservação da Terra (OCT) em parceria com a Fundação Odebrecht e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por intermédio do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin). A iniciativa visa formar agentes multiplicadores de práticas agrícolas conservacionistas, tomando-os gestores sustentáveis de suas propriedades rurais e conscientes dos impactos das mudanças climáticas na agricultura.
A previsão é que sejam formadas 10 turmas de jovens entre 17 e 29 anos e que ainda não tenham sido impactados diretamente pelo Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS), da Fundação Odebrecht. Com isso, a expectativa é dar oportunidades para o maior número de pessoas para a efetiva transformação da região. “Queremos, com essa ação integrada, aumentar a resiliência das comunidades rurais atendidas para que enfrentem os problemas locais, e os de ordem global, a exemplo dos efeitos adversos da mudança do clima. Tudo isso tendo o jovem como agente de mudança”, destacou Emanuel Oliveira, responsável por Parcerias e Investimentos Sociais na Fundação.
O primeiro módulo, realizado nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro na comunidade Dois Riachões, município de Ibirapitanga (BA), beneficiou 19 jovens. Eles foram estimulados a encontrar-se como agricultores que reconhecem a nobreza de sua atividade laboral, com qualidade de vida no campo, por meio de dinâmicas e atividades escritas e orais. “A cada atitude, relato, demonstração de aprendizado nas dinâmicas propostas, eles mostraram vontade de aprender, superar as dificuldades e melhorar a sua condição de vida”, relatou Anaiane Almeida, Coordenadora do Núcleo de Atendimento ao Cidadão no Instituto Direito e Cidadania (IDC), instituição integrante do PDCIS, que ministrou o módulo e se integrou à proposta devido à sua expertise com trabalhos voltados ao Protagonismo Juvenil.
Jovens agricultores beneficiados que realizaram primeiro módulo
Para Volney Fernandes, Diretor Executivo da OCT, o curso é relevante por ser uma forma de trabalhar a ressignificação do empresariamento rural. “Vamos construir a várias mãos um modelo de capacitação abrangente, considerando os atuais e futuros gestores da paisagem, com foco em formação de líderes capazes de garantir a sustentabilidade na sua propriedade e influenciar seu entorno”, destacou. Joilson Pereira, do Assentamento Serra de Areia, de Ibirapitanga, e um dos participantes, afirma que a expectativa para o curso é grande. “Espero que nos traga uma vasta experiência para lidar com o campo e como produzir sem prejudicar o meio ambiente”, disse. Até dezembro de 2017, mais quatro módulos serão ministrados, totalizando 100 horas totais de formação.
Planejamento integrado
Em novembro, uma oficina de diagnóstico conduzida pela OCT e pelo IDC, com os jovens beneficiados, moradores das comunidades de Dois Riachões, Serra de Areia, Nova Esperança e Malibu, de Ibirapitanga, marcou a fase inicial do curso. Segundo Ana Paula Matos, coordenadora do projeto na OCT, o encontro foi importante por traçar um diagnóstico e expectativas da formação. “O objetivo foi conhecer melhor o perfil desses jovens para avaliar a necessidade de adequação do plano de curso e metodologias a serem utilizadas na formação”.